27 de outubro de 2013

Sinceridade

Eu sempre tão sincera.
E se eu realmente pudesse ser sincera?
Mas é raso demais esse mar de sentimentos.
Não dá pra mergulhar e sair ileso ... além de raso, não existe margem. 
E se eu realmente pudesse expressar meus desejos, minhas vontades, se eu pudesse falar tudo e tudo que eu penso e sinto, que quero, que quis ... e se eu não tivesse medo do raso ?
E se eu fosse esperta e soubesse que porque eu acreditei se tornou real ? Então eu acreditaria na profundidade, fingiria que o mar não perde nada em volume nunca.
Aí sim eu poderia mergulhar e sair ilesa.
Eu, eu, eu ... mas não se baseia no eu.
Um cálculo errado de profundidade pode te prender na água pra sempre, e ninguém quer nadar em círculos, e ninguém com mais de 25 anos consegue brincar na água sozinho por muito tempo, ficamos sempre almejando terra firme quando a água esfriar.
Já me disseram que não existe maldade na sinceridade, claro que não existe, existe o custo, incentivo e o perigo de se atirar em um alvo de frente, mas com os olhos vendados.
A sinceridade se limita a oportunidade, a disposição de arriscar, não por orgulho, ou por orgulho.


Lv.