12 de novembro de 2013

A Mais Pedida



Eu acho que nunca soube o que é amor
Pudera, eu sempre amei demais
Não bastava nunca apenas amar , sempre precisei do advérbio de intensidade
Tanto, que desaprendi a nadar, dentro do mar

Sem um palmo
Sem diferenciar 
Sem escolher, saborear, 
Somente para estar, por estar

Afirmação sempre foi meu forte, meu norte
Ela não me permitiu arrepender, ou perder
Nunca quis entrar na estrada sem volta do não, do
do fim, do sim ,
e por fim

Nunca quis e por isso que aconteceu assim
Com pele não prossigo com fogo
Preciso estar em água,
Água e osso.

27 de outubro de 2013

Sinceridade

Eu sempre tão sincera.
E se eu realmente pudesse ser sincera?
Mas é raso demais esse mar de sentimentos.
Não dá pra mergulhar e sair ileso ... além de raso, não existe margem. 
E se eu realmente pudesse expressar meus desejos, minhas vontades, se eu pudesse falar tudo e tudo que eu penso e sinto, que quero, que quis ... e se eu não tivesse medo do raso ?
E se eu fosse esperta e soubesse que porque eu acreditei se tornou real ? Então eu acreditaria na profundidade, fingiria que o mar não perde nada em volume nunca.
Aí sim eu poderia mergulhar e sair ilesa.
Eu, eu, eu ... mas não se baseia no eu.
Um cálculo errado de profundidade pode te prender na água pra sempre, e ninguém quer nadar em círculos, e ninguém com mais de 25 anos consegue brincar na água sozinho por muito tempo, ficamos sempre almejando terra firme quando a água esfriar.
Já me disseram que não existe maldade na sinceridade, claro que não existe, existe o custo, incentivo e o perigo de se atirar em um alvo de frente, mas com os olhos vendados.
A sinceridade se limita a oportunidade, a disposição de arriscar, não por orgulho, ou por orgulho.


Lv.

26 de agosto de 2013

Biológico



Dá pra arrancar a flecha
Mas não se costura um coração
O sangue se renova
Sem carregar igual emoção

Veio e se foi
Nunca em vão
Veio com delicadeza
Foi como um vulcão
Dizem que algumas flores nascem
Em meio a erupção.

19 de julho de 2013

Encanto

Doce veneno
Amargo encanto
E se não eram esses os planos
Por que tecer mais panos?

Entendo quase tudo
Quase tudo
Só que não
Jamais vou aceitar
Desconsideração

Só se conhece alguém
Na pureza da verdade
Quando a gente se despe
E ainda lhe deixa a vontade

Deite-se e aguarde
E em caso de alta pressão
Diminua a força
Aumente a área,
Reduzindo a emoção

Aumente a temperatura
Ajustando a realidade

Mas em caso de embate
Melhor sair de combate.


Lv.

6 de maio de 2013

Sem nome


Pra evitar o não
Me joguei em contramão
E agora o que dizem
E pior
O que dirão?
Não é maldade,
Deslealdade
Nem era minha vontade
Mas foi verdade
Mesmo nada
Mesmo em vão.

Lv.

4 de março de 2013

Realidade


O virtual é inalcancável.
Perdi meu mundo virtual. Desabei.
Perdi minhas fotos antigas com pessoas que eu não falo mais.
Perdi lembranças de momentos os quais eu não me lembro.
Perdi arquivos que planejavam meu futuro.
Perdi as cópias dos meus documentos.
Perdi todas as músicas que eu nunca mais tinha ouvido.
Perdi textos e arquivos antigos que eu jamais leria novamente.
Perdi matérias de estudo que eu nunca estudei.
Perdi planilhas de sonhos de viagem pré-determinados.
Perdi. Tudo.
Olhei ao meu redor ... minha vida real ...
Intacta.

Lv.

15 de fevereiro de 2013

Reservatório




Gostaria  apenas
De saber a  intenção
Ao menos essa pura
Nem precisaria da razão

A minha alma entenderia
Sabemos que sim ... e não
Não vejo motivos para toda a encenação

E em um capítulo
Muda-se toda uma  visão
Magoando sua imagem e esvaindo minha compreensão

Sempre te resguardei nos meus sentidos,
De forma a ter uma bela projeção
Nunca importou nossos atos,
Sempre  intrínseco,
Mantido a sete palmos de qualquer situação
Em cada momento abri mão, mão por você
Mão pelo não

Mas você confundiu diamante com cristal
Um só se funde em específica situação, o outro não
E é um luto imenso perder essa proteção
Manter a vontade, mesmo de amizade,
Quando se perde a idealização

A minha mente perdoaria
Pois eu tenho coração
Apenas para manter nossos laços
Sem o nó da decepção
Mas você  tropeçou
E mudou a direção
Eu abri mão da vontade pela simples admiração
Você preferiu abrir até do senso e da noção


Você mentiu,  como criança em brincadeiras de verão
Por levianidade
Retirou nosso chão
Você omitiu por intenção
Perdendo toda sua razão

Não precisava ser assim
Me trazendo a solidão
A solidão de te perder
Não na vida,
Mas dentro do meu coração.



17 de janeiro de 2013

Teoria dos Conjuntos Tortos


Assim que nascemos somos envoltos por um círculo já cheio de incógnitas.

Nos acomodamos no meio delas sem muito bem entender e crescemos contidos assim. 

Tem gente que é levado a pensar que é contante, agente fixo, outros se encaixam como sendo variáveis, aleatórias ou não.

Com a idade aparecem em nossa vida outros círculos, que tentam se unir com nosso círculo inicial, podendo causar uma interseção e até uma ruptura do seu círculo familiar.

Normalmente alternamos em união e intercesão desses agrupados em círculos que podem ser chamados de amigos do colégio, amigos da faculdade, amigos do trabalho, amigos da vida, colegas, pessoas que nos divertem, interesses de diversão, interesses acadêmicos, interesses profissionais, sentimentais, entre outros grupos de questões, coisas e pessoas.

A questão de já nascer em um círculo é que usando ele, pode-se, SIM, partir para formar seu próprio conjunto, ou conjunto próprio.

Seria mais simples se nascêssemos já em um conjunto definido ?

Não precisaríamos fazer cálculos sentimentais e racionais afim de decidir quais círculos entrariam no conjunto da nossa vida.

Seria mais simples, mas de fato não teríamos tantas experiências diferentes de pular do cheio ao vazio, da esquerda para direita, até a interseção e também a união.

Não existe lógica matemática nisso, não tentem achar , o estar contido, contém , grupo, círculo, variável, constante são usados meramente como analogias baratas afim do uso de conhecimentos baratos.

A questão é , e que se preste atenção. Estar contido apenas contém, pertencer é escolher assim viver.


Lv.