30 de agosto de 2010

Devaneio

por mais que ela acredite que todo o tempo, foram mentiras por cima de outras, no fundo ela sabe que grande parte delas, relacionadas a sentimentos, eram reais.
ela tenta não ver isso, tenta não acreditar nessa possibilidade, e acaba enganando ela mesma.
enganar a si, é mais dificil do que enganar os outros.
a vontade de vê-la sempre foi imcomparável a qualquer outra vontade, mas depois da perda de
todo o brilho, de toda a magia, vê-la não foi como esperado, o frio na barriga não aconteceu,
a ansiedade também não, a vontade de ficar com ela, era mais carnal do que sentimental.
vê-la ali, em sua frente, já tinha perdido o encanto, mas mesmo assim, no fundo, foi incomparável a qualquer
coisa. seu olhar vago, olhando sempre para o distante, seus braços finos, seu sotaque...
inacreditável, depois de tanto tempo, o irreal tornou-se real por alguns instantes.
ela já havia me encantado, mas encantou um eu errado, um eu que na verdade não era eu, então dela,
naquele dia, eu queria o inédito, o inesperado, o inusitado.
tive a mesma pessoa, sem tirar nem por. Se eu pudesse pinta-la, naquele dia, sem mesmo ter ficado frente a ela, ter a tocado, a pintura sairia a mesma. Se eu pudesse  escreve-la, sem mesmo ter passado horas com ela, descreveria alguem que eu já conhecia.
Não obtive o inédito. E, na verdade, talvez o inédito não me encantaria tanto quanto o real.
Se pudesse, a guardadaria num potinho, um potinho que eu pudesse leva-lo e abri-lo onde e quando quisesse. E então ela seria minha, de mais ngm.

Ir.

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